O nosso semblante (fisionomia) é muito revelador, pois ele transmite aquilo que, verdadeiramente, estamos sentindo, como, por exemplo, se estamos bravos, tristes, preocupados, felizes etc. Essas informações são transmitidas, muitas vezes, de maneira inconsciente. Por essa razão, é importante ser sempre sincero, haja vista que, se você informar que está feliz, mas seu semblante for o de alguém triste, o público não acreditará nas suas palavras. Se você disser que gosta de algo, mas sua cabeça balançar negativamente, você transmitirá a seguinte mensagem: “Não estou sendo sincero!”.
Como se diz, “o corpo fala” e, muitas vezes, é um perfeito “dedo duro”, revelando a mentira do orador.
Todavia, há casos em que o semblante não expressa o que o orador realmente está sentindo. Ele de alguma forma permanece neutro. O orador realmente está se sentindo indignado, mas seu semblante não expressa a indignação.
Um profissional que precisa cuidar e trabalhar as técnicas do semblante é o advogado, afinal, ele precisa convencer o Magistrado para ganhar a causa.
Não estou dizendo que o advogado mente e, muito menos que ele deve fingir um sentimento que não é seu. A dica que quero compartilhar com os colegas advogados é: teatralize aquilo que realmente você está sentindo. Mas, se o advogado está sentindo, por que, então, precisa teatralizar? A resposta é simples: às vezes, o advogado está sentindo, por exemplo, irritação com uma conduta da empresa X que prejudicou o seu cliente, mas, embora diga que está irritado seu semblante permanece neutro. Essa é uma das grandes causas de insucesso em um processo.
Não basta estar irritado, é preciso falar que está irritado e interpretar a irritação. Se o advogado diz com voz calma e suave: “Excelência, isso me deixa profundamente irritado”, ele não convencerá, pois quem está irritado não fala com voz calma e nem com voz suave. Pior ainda se no rosto houver um leve sorriso.
Uma pessoa irritada falará com tom de irritação e terá em seu semblante a expressão de irritação. Repito, não estou falando que o advogado deva mentir. O que estou dizendo é que, muitas vezes, ele deve interpretar aquilo que está sentindo para ser mais convincente.
Você acredita quando um jornalista, na bancada de um telejornal, fala que está comovido e triste com um acontecimento, mas, em seu rosto existe um leve sorriso? Não combina! Você confia em um vendedor que fala que o carro que pretende vender é o melhor da categoria e que tem o sonho de comprar um, sem demonstrar nenhum entusiasmo ao falar do automóvel?
Por isso, para convencer é preciso que ocorra harmonia entre mensagem, voz e expressão não verbal (gestos e semblante). A persuasão e o convencimento começam por isso.
Quem tiver interesse em aprender a utilizar a voz e a expressão não verbal para transmitir aquilo que realmente está sentindo e ampliar a sua chance de sair vencedor na causa, basta se inscrever em um dos meus cursos. Estou esperando por você!
Um grande abraço e, até o próximo artigo!