As ferramentas do orador são a voz e o vocabulário. Para ser bem compreendido ele deve se valer de termos simples visando facilitar sempre o entendimento do público.
Quando estamos lendo um livro, especialmente aqueles com linguagem mais rebuscada, necessitamos, por vezes, de ter ao lado um dicionário para ajudar na compreensão da mensagem.
O orador precisa ter em mente que o público não tem um dicionário para pesquisar cada vez que ele usar termos mais complexos. Mesmo que tivesse um dicionário, a pessoa da plateia não teria tempo hábil para pesquisar, pois ao focar na pesquisa, deixaria de prestar atenção na palestra.
Como determinada vez disse o brilhante Professor Reinaldo Polito, às vezes tem orador que utiliza termos tão rebuscados, que quando ele já está no meio da palestra, desenvolvendo o tema, ainda tem pessoas tentando entender o que foi dito no início da apresentação.
Se o público não entender a mensagem vai perder o interesse e tomará uma destas atitudes: irá embora ou pegará o celular e ficará navegando pelas redes sociais.
Sendo assim, cabe ao orador ser o mais simples possível. Cuidado! Simplicidade não significa termos chulos, gírias e nem vocabulário pobre. Ser simples é procurar as palavras mais corriqueiramente usadas para transmitir as ideias. É se expressar da mesma forma que você faz no dia a dia.
Por que criar um personagem? Fale da mesma forma que você se expressa em seu cotidiano. Evite palavras que você não costuma usar quando conversa informalmente com seus amigos. Sem dúvida que ampliar o vocabulário é importante. Todavia, pesquisar palavras novas, sem treinar bastante, só porque falará em público, é perigoso, pois é quase certo que, ao agir assim, você prejudicará sua apresentação, uma vez que, terá dificuldades para formular as frases e, como consequências, surgirão os sons: hãããmmm…, ééé… huuummm… Além do mais, caso o orador utilize palavras pouco conhecidas, o público poderá não entender a mensagem e, assim, perderá o interesse pela apresentação, como já mencionei. Uma apresentação de sucesso não é aquela na qual o orador utiliza palavras rebuscadas, mas aquela na qual o público entende o assunto com facilidade.
Experimente ler um discurso antigo, estilo Ruy Barbosa. É magnífico! Entretanto, contém uma diversidade de palavras que desconhecemos, além de uma maneira de falar diferente da utilizada atualmente (especialmente quanto ao uso dos verbos). Muitas vezes, quando pegamos um livro com esse estilo de escrita, desistimos de sua leitura. Assim também poderá acontecer com seu público.
Na novela “Roque Santeiro”, o personagem “Professor Astromar Junqueira”, utilizava muitas palavras desconhecidas, em seus discursos e nas conversas cotidianas. Os personagens da novela, que assistiam aos discursos, aplaudiam, falavam que o discurso foi magnífico, mas, logo em seguida, cochichavam: “Não entendi nada do que ele falou!”. Como exemplos de palavras extravagantes utilizadas por esse personagem, cito:
Isso é deveras abichornante: Isso é muito triste.
Escutei alhures que a senhora teve uma visão: Escutei noutro lugar que a senhora teve uma visão.
Posso depositar um ósculo em sua mão?: Posso depositar um beijo em sua mão?
Esse tipo de linguagem é desaconselhável porque, como fica claro, são termos pouco utilizados no dia a dia e, por isso, dependendo do público a mensagem não será compreendida. Dessa forma, utilize um vocabulário simples. Todavia, é preciso entender que, utilizar palavras simples, não significa ser minucioso. Evite ficar detalhando cada explicação, como se quisesse facilitar a compreensão. As pessoas se irritam ao notar essa atitude do orador.
Outra questão, relacionada com o vocabulário, é o palavrão. De forma alguma, fale palavrões, pois o orador que utiliza expressões de baixo calão é visto como uma pessoa mal-educada e perde, por isso, a credibilidade.
Para finalizar, tratarei sobre o uso de siglas.
Aprendi com a Dra. Rosângela Tremel, minha primeira orientadora de monografia, que, sempre que mencionarmos uma sigla, devemos informar o seu significado porque mesmo que ela seja muito conhecida, haverá sempre uma pessoa que não a conhecerá.
Se você quiser aprimorar seu vocabulário e conhecer outras dicas sobre ele, inscreva-se em um dos meus cursos de oratória. Nestes trabalharei vários itens como voz, vocabulário, trava-língua para melhorar a dicção, dentre outras técnicas que tornam a fala atraente e captam a atenção dos espectadores.
Estou aguardando você! Um abraço e, ao sucesso!