O que é prejudicial na apresentação – parte 1.

1º – Contar piadas: contar piadas é algo muito arriscado. Primeiro, porque é preciso saber contar. Segundo, é preciso ser engraçado. Terceiro, mesmo você sabendo contar e sendo engraçado, cada pessoa reage de uma forma ao escutar uma piada.

Algumas pessoas só darão risadas se a piada for do estilo forte (com palavrões e obscenidades). Outras, não suportam palavrões e, por isso, você só conseguirá fazê-las rir com piadas sutis e, que, para muitos, não possuem a menor graça. Exemplos: O que é um pontinho verde no canto da sala? Resposta: Uma azeitona de castigo! O que é um pontinho vermelho na floresta? Resposta: Um morangotango! Há, ainda, aquelas pessoas que não conseguem rir de nada. Vivem sérias.

Outros pontos desfavoráveis com relação à piada são: ela poderá ofender o público (piadas de loira ou piadas que fazem referência a certas nacionalidades); conter palavrões ou termos chulos (denigre a imagem do orador – o orador é visto como mal-educado) e poderá aparentar que você está inseguro ou que está ganhando tempo devido à falta de conteúdo ou de preparo. Mas o pior de tudo é ouvir aquela tão desagradável frase: “Nossa. Essa foi fraca!”.

Como visto, é difícil acertar na dose e, por isso, o risco de prejudicar sua apresentação é gigantesco. Sendo assim, nem pense em contar piadas, especialmente, nos primeiros instantes da apresentação (fase mais tensa para o orador, principalmente, para os iniciantes na arte da oratória).

Conversaremos agora sobre outra atitude prejudicial à apresentação.

2º – Distrair o público: o público precisa prestar atenção naquilo que você está falando e não em objetos ou em vestuário inadequado.

Verifique o que pode distrair o seu público:

a) Segurar objetos quando eles não estão sendo utilizados, como:

Caneta: durante um dos meus cursos de oratória, notei que enquanto falava, meus alunos anotavam, faziam perguntas e não conversavam. Então, propositalmente, tirei do bolso uma caneta que utilizo no dia a dia. Essa caneta é metade prateada e metade preta, com detalhes dourados. Realmente é muito bonita! Por alguns instantes, fiquei com a caneta na mão e, às vezes, fazia gestos de forma a tornar a caneta mais visível aos alunos. De repente, percebi que as pessoas cochichavam e algumas acompanhando os movimentos que fazia com a caneta. Interrompi a explicação e perguntei aos alunos: “Há alguma dúvida?” Um dos participantes disse: “Não. Nós estávamos falando que a sua caneta é muito bonita, professor! Só imagino o valor dela!” Então, falei: “Vocês acabaram de aprender mais uma técnica! Não falem com canetas ou demais objetos nas mãos se eles não estão sendo utilizados no momento, pois a atenção do público se voltará para os objetos e não para sua explicação”.

Laser Pointer: este objeto pode não apenas distrair os espectadores, mas, também, irritá-los. Há pessoas que não o suportam, pois, alguns oradores, têm a mania de falar o tempo todo com ele na mão e, pior, deixá-lo ligado, apontando o laser, sem querer, na direção do público. Isso é algo realmente irritante. Sendo assim, tome cuidado quando utilizá-lo e, como nos outros exemplos, só o utilize quando realmente precisar.

Objetos inusitados: se objetos comuns, como, por exemplo, uma caneta, são capazes de distrair o público, imagine o que poderão fazer objetos inusitados. Veja uma situação que presenciei na minha época de estudante e que corrobora a tese de que segurar objetos que não serão utilizados na apresentação é prejudicial.

Caso prático: A vassoura!

Meus colegas e eu assistíamos a explicação de uma professora quando, de repente, ela viu que atrás da porta tinha uma vassoura.

Sem motivo algum, ela pegou a vassoura e continuou explicando a matéria do dia. Desse momento em diante, o centro das atenções se transferiu da explicação para a vassoura que estava na mão da professora.

Foi uma situação completamente inusitada! Cada vez que ela queria enfatizar um conceito ela batia com o cabo da vassoura no quadro negro. Mas, o mais interessante, era que quando ela queria dizer o famoso “etc.” ela batia com o cabo da vassoura no quadro negro e dizia “blá, blá, blá!” Foi muito engraçado!

Resumindo: A aula foi uma diversão; ninguém prestou atenção na explicação da professora e tivemos que estudar aquele conteúdo nos livros. Tudo por causa de uma vassoura que não deveria estar nas mãos da professora!

b) Objetos de adorno: relógio, pulseiras, colar, anel e demais objetos de adorno também podem distrair (em virtude de serem muito chamativos) e irritar (devido aos barulhos produzidos). Ex.: Uma pulseira batendo na outra.

c) Vestuário inadequado: estes também são fontes de distrações. Exemplos: Decote chamativo; saias curtas; roupas excessivamente coloridas etc.

No próximo artigo, conversaremos a respeito de mais duas atitudes capazes de prejudicar a sua apresentação: falar excessivamente e contar vantagem (gabar-se de algo). Até lá!

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