Ah! Como me lembro de um professor! Ele explicava muito bem, todavia volta e meia fazia: “hãããmmm…”. O hãããmmm… é apenas um dos vários tipos de ruídos, pois existem outros, como: hummm…; ééé…; eee…; ã,ã,ã…; é,é,é… etc.
O orador, transmitindo esses ruídos, passa a seguinte mensagem: “Eu estou pensando no que vou dizer, espera um pouquinho!’; “Estou tentando me lembrar de uma palavra ou a sequência, espera um pouco!”; “Deixa-me ver o que mais posso falar…”. Em algumas situações, o orador age dessa maneira para que não lhe retirem a oportunidade de falar, ou seja, para que ninguém o corte.
Entretanto, todos nós utilizamos esses ruídos, principalmente, quando precisamos responder algo em um tempo limitado. Digo isso, pois fiz Curso de Inglês na Wizard e, como não conhecia todas as palavras e, às vezes, esquecia-me de outras, pronunciava esses sons. Entretanto, como conhecia, já naquela época, as técnicas de oratória, as utilizava para evitar os ruídos.
Uma das práticas da aula era a seguinte: a professora falava uma frase, por exemplo, “My cat is happy because…” (meu gato está feliz porque…). Em seguida, o aluno devia completa-la, criando uma sequência. Porém, como só sabíamos na hora qual a frase precisaríamos completar (fala de improviso inesperado), necessitávamos elaborar a sequência da frase de forma repentina e, objetivando não atrasar a aula e nem demonstrar esquecimento, ficávamos tensos e acabávamos fazendo “hãããmmm…; ééé…; huuummm…”.
Elaborar uma resposta na hora, sem perda de tempo e sem conhecer bem o vasto vocabulário do idioma, fazia com que a maioria dos alunos fizessem esses ruídos, que eu costumo denominar “vícios de oratória”.
Para eliminar esses ruídos de nossa comunicação, o primeiro passo é ter consciência de que os utilizamos. Após isso, devemos nos esforçar para aprender a pensar em silêncio. Não há porquê ter medo do silêncio, pois se feito de forma correta (tempo não prolongado) ele é extremamente benéfico, haja vista que ajuda a valorizar as informações transmitidas; causa curiosidade no público a respeito do que será dito; e facilita o entendimento sobre aquilo que você acabou de comunicar. Além do mais, o silêncio torna a fala elegante e natural.
Todavia, sei que o silêncio é incômodo para o orador, pois ele não quer que o público note o lapso de memória e, pressionado para encontrar logo a sequência da fala, faz os ruídos mencionados. Mas, como já expliquei, o silêncio é fundamental, pois torna a fala mais elegante. Dessa forma, mais uma vez, a calma é imprescindível, sem falar na técnica de pensar em silêncio. Entretanto, não fique em silêncio por muitos segundos, pois o público notará o lapso de memória.
Para finalizar, quero deixar claro que o ideal é trabalhar para tentar eliminar os sons desagradáveis, mas produzi-los algumas vezes, por exemplo, cinco vezes em um período de uma hora, não há problema. Só haverá prejuízo para sua apresentação se esses sons ocorrerem com frequência, pois, nesse caso, eles chamarão a atenção da plateia.
No próximo artigo tratarei a respeito das famosas perguntas nos finais das frases, né? Ou seria melhor dizer, tá ligado? Precisamos ter cuidado com elas para termos uma excelente comunicação. Mas isso, é assunto para mais tarde!
Um grande abraço e, como costumo falar e escrever, ao sucesso!